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Premiar o talento empreendedor

Premiar o talento empreendedor

Nos últimos anos multiplicaram-se, em Portugal, os prémios de empreendedorismo. Mais do que um fenómeno de moda, a profusão de distinções nesta área decorre da extraordinária evolução do nosso ecossistema, da notoriedade mediática de empreendedores e suas start-ups, da crescente importância da inovação na nossa economia e da valorização pública da iniciativa empresarial. Neste sentido, os prémios traduzem uma cultura empreendedora cada vez mais enraizada no país.

Todos estes prémios servem para divulgar, promover e valorizar publicamente projetos de empreendedorismo com caraterísticas especiais (inovadores, disruptivos, criativos, sustentáveis, etc.). Mas, em muitos casos, estes prémios são também importantes instrumentos de incentivo, ajudando muitos projetos a crescerem. É o caso do Prémio do Jovem Empreendedor da ANJE – um dos mais antigos galardões nesta área – que, além do prize money de 10 mil euros, disponibiliza formação, mentoria, fundraising, networking, incubação e aceleração no valor de 15 mil euros.

Prevejo que mais prémios de empreendedorismo surjam em Portugal no futuro próximo, não apenas pelas razões já aqui referidas, mas também pelo efeito da Web Summit na promoção do nosso ecossistema. Antevejo também que os projetos premiados tenham cada vez mais qualidade, pois assistimos em Portugal à emergência de start-ups com grande intensidade de inovação, tecnologias disruptivas, massa crítica e vocação global.

Ora, este acréscimo de qualidade dos projetos vai permitir também afirmar o empreendedorismo português em competições internacionais. Não tenho dúvidas de que mais start-ups portuguesas serão premiadas internacionalmente, demonstrando assim as potencialidades do nosso ecossistema e a sua competitividade à escala global. Acresce que as vitórias em concursos internacionais significam capital, quer por via do prize money, quer pelo interesse de investidores.

Para esta realidade, muito contribuiu o potencial científico e tecnológico do nosso país. Potencial, esse, que está a ser convertido pelas empresas em inovação, desenvolvimento de produtos e transferência de tecnologia. Portugal conheceu francos progressos ao nível da inovação, estando hoje no grupo dos países “inovadores moderados” da União Europeia. Temos vindo a consolidar o funcionamento em rede de empresas, universidades e institutos de investigação, daqui resultando a partilha de conhecimento especializado e a cooperação em atividades de I&D+i.

Ainda assim, há muito trabalho a fazer para reduzir a taxa de mortalidade das start-ups tecnológicas, que é ainda elevada em Portugal. Muitas destas empresas desenvolvem produtos e soluções inovadores, mas falham ao entrar no mercado. Para além do financiamento nem sempre ser o desejável, muitos jovens empreendedores não têm competências de gestão nem experiência empresarial. Torna-se por isso crucial dar-lhes apoio na gestão das suas empresas e, sobretudo, em processos de escalabilidade.

Interessa que as start-ups tecnológicas, não só sobrevivam aos difíceis primeiros anos de atividade, como evoluam para estádios mais elevados de desenvolvimento. Ou seja, que se tornem competitivas e economicamente sustentáveis. Ora, os prémios podem ser uma porta de entrada em hubs de inovação e empreendedorismo, onde o crescimento das start-ups é potenciado por especialistas. Nos hubs, os empreendedores recebem formação em gestão empresarial e em gestão da inovação, contactam com mentores e business angels, desenvolvem networking com outros ecossistemas, interagem com centros de I&D+i e têm acesso a investidores e instrumentos de financiamento.

 

*Artigo publicado na plataforma Link to Leaders.